natalia

terça-feira, 23 de junho de 2009

Prioridades


Não quero ter filhos. E já sei disso há muito tempo. Não que eu queira cuspir pra cima - vai que cai no meu decote - mas não tenho em mim o tal do instinto materno. Pra dizer a verdade, quando vejo uma criança se aproximando, o único instinto que eu tenho é o de sair de perto. Rápido.
Neste último domingo, fui convidada para um chá de fralda. Apesar das terríveis imagens mentais a que o nome "chá de fralda" me remete (não consigo deixar de visualizar um pacote de pampers para xícaras grandes), tudo não passa de uma desculpa para as futuras mamães economizarem uma pequena fortuna. Eu mesma não fazia idéia de quanto custava um pacote de fraldas.
Custa caro.
Não quero ter filhos. Não posso gastar com fraldas o que eu poderia gastar com coisas úteis, como lingerie.
Existe uma coisa muito peculiar sobre comprar lingerie cara. Isso não diz apenas que você se importa com o que se passa embaixo das suas roupas. Lingerie cara significa que você tem propósitos bem específicos. E, mais ainda, que você se importa com esses propósitos.
Uma vez um amigo me contou que os homens não se importam com roupas de baixo. Disse que se a calcinha não estiver furada e o sutiã não for bege, tá valendo. Obviamente, fiquei revoltada. Como assim tá valendo?? Peraí!! Isso aqui não é apenas uma calcinha e um sutiã não, coleguinha! Isso aqui é um investimento, isso aqui é uma produção muito bem pensada! Ora! "Se não for bege tá valendo"...tsc, amadores...
Já saí com caras que sequer repararam no que eu estava usando. Foram logo arrancando tudo, é isso aí, vamos ao que interessa. Ah, não, gente! Muito frustrante! Ok, eu entendo que às vezes as coisas são mais frenéticas mas, poxa, custa reparar que o sutiã é bonitinho e combinha com a calcinha de bolinhas? É pedir demais manifestar algum tipo de aprovação, fazer um elogiozinho que seja?
Por outro lado, é beeem legal quando você encontra alguém que reconhece o seu esforço. Tudo bem que sair pra comprar lingerie não é exatamente um esforço, mas é sempre muito bom perceber que os seus propósitos específicos foram atingidos.
Quando eles reparam, você se motiva a manter o padrão de qualidade. E todo mundo sai ganhando.
Mas então. Com o dinheiro que eu gastei para comprar fraldas, eu poderia ter comprado uma calcinha nova. E não é qualquer calcinha não, hein! Estamos falando de uma peça memorável!
Quer dizer, a pessoa vai lá, faz um agrado pra criança, abre mão de gastar consigo mesma e pra quê? O moleque vai cagar pro seu presente! Tipo...literalmente! Pra vocês verem que a ingratidão humana começa cedo.
Me vendo ali no meio de mulheres grávidas e crianças hiperativas, não pude deixar de pensar no que o futuro me reservaria. Comecei a lembrar dos vídeos dos meus aniversários de 1, 2, 3 anos, em que sempre havia uma mocinha bonitinha, de uns 20 anos e que agora devia ser uma quarentona não necessariamente enxuta.
Foi inevitável concluir: meu Deus, eu sou essa garota. É isso, chegou a minha vez. Daqui a 20 anos, eu não terei mais a juventude a meu favor. Nem filhos. Talvez alguns gatos. E muita, muita lingerie cara. De uma coisa eu tenho certeza: haja o que houver, jamais usarei calcinha bege.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Adorável Série


Vocês guardam um segredinho?

Já começamos a gravar os primeiros episódios da série Adorável Psicose.

Aproveito para agradecer muito à equipe que fez esse projeto acontecer: Juliana Bach, Guga Chermont, Gustavo Nasr, Leo Ávila, Paula Scamparini, Mel Akerman, Ana Ribeiro, Tony Muricy, Marinês Vieira, Chiquinho, Lourdes, Vanessa, Rodrigo Brazão, Rodrigo Machado e Thiago Sacramento. Além dos atores e atrizes, Juliana Guimarães, Leandro Goulart, André Locatelli, Vinicius Manne, Ricardo Conti, Beto Vandesteen, Marciah Luna, Daniel Jaimovich, Alessandra Jasbinschek, Kelly Coli, Raquel Aitken e dos amigos Pedro Carboni, Carol Martins, Diogo Cunha, Flora Fernandes, Debinha Pessanha, Lyana Peck e Flavio Izhaki. Agradecimentos especiais a Akiva e Fania Izhaki. Beijos a todos e muito, muito obrigada! WE CAN DO IT! (OBS: Juliana Bach, a produtora desblogada, ratifica os agradecimentos).

E aguardem! Adorável Psicose - a série. Em breve por aqui.



domingo, 7 de junho de 2009

Como sobremesas


Ando nervosa ultimamente. Ando no sentido de estou, não é que eu saia por aí correndo feito uma louca não. Embora eu faça isso de vez em quando. Mas muito de vez em quando mesmo, porque minha resistência física anda fraquíssima. Outro dia tive que apertar o passo pra pegar o ônibus e perdi a corrida para uma velhinha toda magrinha que chegou inteiraça na frente do cobrador, enquanto eu me apoiava nos bancos, ofegante, quase morrendo.
Mas, então, eu ando nervosa. Aliás, vou ser sincera, eu sou nervosa. Pra cacete. E agora comecei a sentir umas dores terríveis no estômago. Minha dentista disse que eu tenho sensibilidade nos dentes. Não, desculpa, minha gastro disse que eu posso ter intolerância à lactose.
Hum. Bacana, bacana. Quer dizer que a pessoa está nervosa, nervosa pra cacete, e não pode nem comer um brigadeiro? Um bolinho de chocolate? Um sucrilhos com leite? Poxa, mas nem um cheesecake?
Eu adoro cheesecake. Essa semana eu comprei um mini cheesecake e guardei na geladeira pra depois. Infelizmente, nunca houve um depois.
- Quem comeu meu cheesecake? - berrei.
Meu irmão assumiu a culpa pela chacina da geladeira:
- Ué, tava lá, eu comi.
- Como assim tava lá você comeu? Você acha que o cheesecake brotou na geladeira sozinho? Você não cogitou a possibilidade de alguém ter saído do trabalho, comprado e guardado na geladeira pra mais tarde?
Silêncio.
- Não - respondeu, de maneira bem franca.
- Não?
- Não. Você não "declarou" que era seu.
- Como é que é?
- Você não chegou e disse: "o cheesecake na geladeira é meu".
Silêncio.
Tenho um fraco por metáforas. Percebi que, quando se trata de relacionamentos, as pessoas são como mini cheesecakes. Quando você conhece alguém interessante, é como se você comprasse uma tortinha e guardasse na geladeira.
Mas o problema disso é que você não é o único a ter acesso. A geladeira fica lá, nego abre, nego fecha. Ninguém garante que nego não vai pegar o seu cheesecake, tirar uma lasquinha, provar um pedacinho.
Então é preciso chegar e dizer "o cheesecake é meu". Porque, se você gosta de cheesecake, você não vai querer deixar a sobremesa ali de bobeira, dando sopa na geladeira.
Caso contrário, pra que comprar mini cheesecake? Se muda logo pra uma comunidade alternativa e divide suas sobremesas com geral.
Ah, acabei de me lembrar. Eu ando nervosa sim. Outro dia eu andei nervosíssima achando que estava sendo seguida por um grupo de testemunhas de Jeová. Nada contra, mas bem que eu podia ser intolerante a eles em vez de à lactose...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Porque eu não posso ficar, ficar sem você


Sobre o polêmico caso do menino Sean, a cantora Daniela Mercury declarou:

"O Brasil precisa respeitar a Convenção de Haia, ulêlêlê lêlê aia, ulêlêlê lêlê aia, com o Muzenza eu vou, ha, ha, ha, ha, ha".
 
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