domingo, 7 de junho de 2009
Como sobremesas
Ando nervosa ultimamente. Ando no sentido de estou, não é que eu saia por aí correndo feito uma louca não. Embora eu faça isso de vez em quando. Mas muito de vez em quando mesmo, porque minha resistência física anda fraquíssima. Outro dia tive que apertar o passo pra pegar o ônibus e perdi a corrida para uma velhinha toda magrinha que chegou inteiraça na frente do cobrador, enquanto eu me apoiava nos bancos, ofegante, quase morrendo.
Mas, então, eu ando nervosa. Aliás, vou ser sincera, eu sou nervosa. Pra cacete. E agora comecei a sentir umas dores terríveis no estômago. Minha dentista disse que eu tenho sensibilidade nos dentes. Não, desculpa, minha gastro disse que eu posso ter intolerância à lactose.
Hum. Bacana, bacana. Quer dizer que a pessoa está nervosa, nervosa pra cacete, e não pode nem comer um brigadeiro? Um bolinho de chocolate? Um sucrilhos com leite? Poxa, mas nem um cheesecake?
Eu adoro cheesecake. Essa semana eu comprei um mini cheesecake e guardei na geladeira pra depois. Infelizmente, nunca houve um depois.
- Quem comeu meu cheesecake? - berrei.
Meu irmão assumiu a culpa pela chacina da geladeira:
- Ué, tava lá, eu comi.
- Como assim tava lá você comeu? Você acha que o cheesecake brotou na geladeira sozinho? Você não cogitou a possibilidade de alguém ter saído do trabalho, comprado e guardado na geladeira pra mais tarde?
Silêncio.
- Não - respondeu, de maneira bem franca.
- Não?
- Não. Você não "declarou" que era seu.
- Como é que é?
- Você não chegou e disse: "o cheesecake na geladeira é meu".
Silêncio.
Tenho um fraco por metáforas. Percebi que, quando se trata de relacionamentos, as pessoas são como mini cheesecakes. Quando você conhece alguém interessante, é como se você comprasse uma tortinha e guardasse na geladeira.
Mas o problema disso é que você não é o único a ter acesso. A geladeira fica lá, nego abre, nego fecha. Ninguém garante que nego não vai pegar o seu cheesecake, tirar uma lasquinha, provar um pedacinho.
Então é preciso chegar e dizer "o cheesecake é meu". Porque, se você gosta de cheesecake, você não vai querer deixar a sobremesa ali de bobeira, dando sopa na geladeira.
Caso contrário, pra que comprar mini cheesecake? Se muda logo pra uma comunidade alternativa e divide suas sobremesas com geral.
Ah, acabei de me lembrar. Eu ando nervosa sim. Outro dia eu andei nervosíssima achando que estava sendo seguida por um grupo de testemunhas de Jeová. Nada contra, mas bem que eu podia ser intolerante a eles em vez de à lactose...
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num posso opinar qto a lactose, mas acho q vc tb eh intolerante as testemunhas de jeová.
ResponderExcluirQuem guarda com fome...
ResponderExcluiré por isso que muita gente prefere o doce de abóbora, ninguém vai querer msm...
ResponderExcluirEu como. O doce de abóbora.
ResponderExcluireu não.
ResponderExcluirTalvez valesse a pena você dar uma consultada em alguém tipo, sei lá, o pequeno Buda.
ResponderExcluirPois é.. por muito tempo eu fui o seu cheesecake.. fiquei na sua geladeira por muuuuito tempo.. sempre que a porta se abria eu torcia pra ser você. Quando não era você, eu me escondia atrás da jarra de suco ou empurrava o pote de amendocrem na direção daquela mão estranha que se aproximava. Mas as vezes era você, você mesma, que abria a geladeira e com um sorriso esticava a mão. Eu me enchia de alegria, meu cheese ficava mais amarelo e meu cake mais macio.. pra só então descobrir que mais uma vez eu seria preterido pelo pote de cremucho.. :( um dia desisti de esperar por você.. decidi que me entregaria na mão da primeira pessoa que quisesse me dar uma colherada (o que no mundo dos cheesecakes é um desejo hetero, que fique claro). A moça da faxina veio, abriu a geladeira.. e não me escolheu.. a essa altura eu já estava ficando meio verde.. e antes que a porta fechasse, mergulhei das alturas em direção ao chão frio.. espatifado, mas ainda consciente, vi sua cachorrinha se aproximar.. seria esse o derradeiro encontro? Terminaria eu na mão de uma cachorra qualquer? a essa altura, já não me parecia tão ruim.. ela olhou pra mim, percebi que tinha sua atenção.. vem cachorra.. e ela veio! veio..... me deu uma cheirada... se virou e partiu...
ResponderExcluirvocê me estragou.
isso não faz sentido...
ResponderExcluireu não tenho cachorro.
Eu adoro café. Mas tenho intolerância (segundo o médico, de fundo emocional) ao mesmo. tento evitar a todo custo, mas às vezes está lá aquele café fresquinho e cheiroso ou um amigo pede aquele capuccino lindo e penso, "ah, só uma vez. só um pouquinho."
ResponderExcluirAí, de vez quando, muito de vez em quando, cedo ao desejo e tomo um pouquinho, só um pouquinho. Mas mesmo assim sempre termino com uma tremenda dor de estômago.
psicotica, vc tem um cheesecake mofado? ahuahau mto bom a cometario do cheesecake
ResponderExcluirComo você percebeu, estou devorando os textos do seu blog da mesma forma que o seu irmão se apropriou do seu chessecake. Assim, sem pedir licença.
ResponderExcluirMuito legal, Psicótica.
Mew Deus Natusha, relaxa como diz um amigo meu antes eu comer do que a terra, fica ai amarrado o xcake, o seu irmão te salvou de um ataque por sua intolarancia a lactse rs.......
ResponderExcluireu prefiro , prefiro não almejo um homem tipo barra de cereal meio sem graça porém da pra me acompanhar à um cheesecake na geladeira...insegura? talvez carente
ResponderExcluirSou apaixonado por vc Natalia, vc é perfeita!!!!
ResponderExcluirExcelente analogia que me deixou confuso, como declarar que o cheesecake é seu?
ResponderExcluirBotando uma coleira nele?
É por isso que eu não guardo o cheesecake pra depois. Qual o sentido de deixá-lo mofando na geladeira? Nunca entendi isso.... Quem faz muito charme, acaba sem cheesecake.
ResponderExcluirPor isso se eu quero, vou lá, "compro" e "como". Simples. Sem mais.
Acabei de descobrir da sua existência, estou lendo seus textos e vendo seus seriados, e confesso que estou cada vez mais impressionado com seu jeito, vi também sua entrevista no Jo soares, e ri com voce.
ResponderExcluirEntao, eu ja te conheco bastante, mas nao o bastante, ficaria muito horrado se tu querer me conhecer um pouco também.. quem sabe nasce uma amizade.