A questão é que ele possui algumas semelhanças assustadoras comigo - especialmente no que concerne às inseguranças e paranoias. Não que eu me importe em ouvir as lamúrias alheias. Na verdade, eu adoro. Faz eu me sentir menos miserável e mais parte de uma comunidade global do eterno sofrimento humano.
De toda forma, lá estava eu, ouvindo meu novo amigo heterossexual e atraente falar sobre como ele é inseguro e sobre sua visão deturpada de si mesmo. E enquanto ele descrevia seus medos de ser desinteressante, enfadonho e mal apessoado, eu não pude deixar de pensar em como toda aquela loucura derivava de um ego enorme.
E justamente por me identificar com todo aquele drama, a associação de ideias foi inevitável. Eu era como ele. E por trás das minhas inseguranças e do meu complexo de inferioridade, escondia-se um narcisismo exacerbado e uma enorme capacidade de passar horas pensando em mim mesma.
Sim, porque uma pessoa deliberar sobre seus próprios defeitos e incapacidades não deixa de ser uma forma torta de passar uma boa quantidade de tempo circulando pelo seu próprio umbigo. E eu sou essa pessoa.
A vantagem é que, pouco a pouco, eu vou me curando das minhas insanidades. A desvantagem é que um dia desses eu vou ter alta e vocês bem vão sentir minha falta.
Não vão?
MÚSICA enviada por outro cara. Não exatamente um amigo, nem exatamente novo, mas com excelente gosto musical.